“poema mais velho que a serra”

a minh’alma gêmea ela mora em marte
e vagueia solta por entre as estrelas
se há tempestade ou um pé-de-vento
vem ela dormir em meu travesseiro

a minh’alma gêmea dança tão bonito
quando a lua cresce sou eu quem vai lá
rodopiamos doidos pela via-láctea
às vezes perdemo-nos pelo infinito

nas noites escuras fica a porta aberta
a minh’alma gêmea vem aqui me ver
leva-me consigo voo em sua nave
só a minha casca está presa à terra

a minh’alma gêmea fez-me prometer
quando ela puder quando eu precisar
vai me transportar carregar meu corpo
vou morar em marte de uma vez por todas

acaso ouças risos ou vozes alegres
barulho de guizo ou de cachoeira
é minh’alma gêmea a brincar comigo
a contar-me histórias sobre a lua cheia

então eu te peço não chores não lamentes
com minh’alma gêmea será o paraíso
deixo-te a noite haverá estrelas
velarei teu sono – não feches a janela

(Líria Porto)

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